Suplementação
de blend de proteínas (whey protein + caseína) para sobreviventes de câncer de
mama submetidas à treinamento de força por 12 semanas: ensaio clínico
randomizado.
Interessante estudo está no prelo (em
vias de ser publicado) na renomada revista Medicine & Science in Sports and
Exercise, agora em março de 2017. Trata-se de um ensaio clínico realizado com
33 mulheres que completaram o tratamento para CA de mama, estágios I a III, há
menos de 2 meses. O tratamento consistiu de cirurgia, quimio e/ou radioterapia,
incluindo ainda inibidores de receptor de estrógeno em 25% dos casos.
Cabeçalho do artigo citado. |
Essas mulheres foram alocadas em dois
grupos: treinamento de força (TF) e treinamento de força + proteína
(TF+PRO). O TF foi realizado em duas
sessões semanais supervisionadas por profissional da área, que incluíam sessões
de musculação com carga de 65 a 80% de 1 RM.
Além disso, o grupo TF+PRO recebeu um suplemento de 2 x 20g de blend
protéico ao dia, uma delas pela manhã, antes do café da manhã ou dos treinos e
outra 30 min antes de dormir. Foram avaliados, força, volume de treinamento,
variação do consumo dietético, concentração de IGF-1 plasmático, adiponectina
(para avaliar o metabolismo de gordura) e proteína C-reativa (marcador de
inflamação).
Os resultados foram: TF foi capaz de
aumentar em 1kg o ganho de massa magra e reduzir 1-2% de gordura corporal em
ambos os grupos. A suplementação protéica não alterou ganho de peso nem consumo
calórico total entre os grupos, embora tenha aumentado o consumo protéico em
17g por dia em relação ao grupo TF. Isso mostra que as pacientes recebendo
proteína provavelmente compensaram essa quantidade reduzindo a ingestão
dietética de proteína, mas ainda assim mantiveram um consumo maior que o
controle. Esse consumo foi suficiente para aumentar o volume de treino no grupo
PRO nos membros superiores e diminuir o delta de IGF-1 entre a condição basal e
após 12 semanas (ver tabelas com resultados abaixo)
Comparação pré e pós intervenção dos componentes físicos e antropométricos. Clique na imagem para ampliá-la. |
Embora não tenha obtido diferenças
significativas em força e ganho de massa muscular, esse estudo foi pioneiro em
mostrar que essa dose de suplementação protéica é bem aceita, segura (sem efeitos
colaterais) e que não oferece ganho de gordura corporal para esses pacientes, e
que os próximos estudos provavelmente deverão ter aconselhamento dietético para
que os participantes terminem de fato consumindo os 40g a mais de proteína
previstos pela suplementação, o que também pode explicar a falta de resultados
mais significativos.
Comparação pré e pós intervenção dos marcadores sanguíneos. Clique na imagem para ampliá-la. |
Vamos aguardar os próximos estudos!
Referência do artigo citado:
- Madzima, Takudzwa A., et al. "Effects of Resistance Training and Protein Supplementation in Breast Cancer Survivors." Medicine and science in sports and exercise (2017).
Dra. Patrícia Campos-Ferraz
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