Recentemente,
foi publicado um interessante artigo de Djik e colaboradores, onde os autores investigaram
a dinâmica da síntese e degradação proteica em 8 pacientes caquéticos portadores
de câncer na cabeça do pâncreas, comparada a um grupo controle de pacientes
internados para outras cirurgias do sistema gastrointestinal.
Todos
foram submetidos a jejum de 8 horas e após, receberam infusão de vários
aminoácidos marcados com isótopos estáveis, durante 4 horas. Depois desse período,
receberam refeição oral (produto comercial) balanceada e também marcada com os
mesmos aminoácidos. Amostras de sangue foram retiradas de hora em hora até o
final do experimento.
Cabeçalho do artigo apresentado. |
Foram
estimadas a síntese proteica fracionada (FRS, em inglês), bilirrubinas (proteínas
hepáticas) e enzimas do fígado. Observou-se que em jejum, o balanço proteico
dos pacientes e do grupo controle era similar. Entretanto, ao receber a
refeição oral, o grupo controle mantinha seu balanço proteico aumentando a
síntese e a degradação de proteína, enquanto que os pacientes com câncer apresentaram
outra estratégia, mantinham seu balanço através da diminuição da degradação
proteica, porém sem alterações na síntese proteica esperadas em indivíduos
hígidos. (ver gráficos abaixo)
Gráficos de síntese proteica pré e pós intervenção nos grupos Caquexia e Controle (Djik et col. 2015). Clique na imagem para visualizá-la melhor. |
Os
autores concluem que, diante destes achados, parece haver uma resistência
anabólica nos pacientes com caquexia neoplásica mais intensa que outras
caquexias provocadas por patologias como a AIDS e a DPOC. Também ressaltam que em
outros trabalhos onde caquéticos tiveram síntese proteica pós-prandial igual
aos controles, ocorreram problemas metodológicos tais como baixo número de
sujeitos, falta de correção na taxa de síntese proteica pela massa magra ou
mesmo teores de whey protein ou BCAA
maiores que a oferecida nesse estudo. Deve-se considerar, no entanto, que a síntese
proteica fracionada aguda acessada nesse estudo não se correlaciona tão bem com
a síntese proteica muscular em longo prazo.
Assim,
esse trabalho amplia nossa compreensão sobre a resposta à refeição num paciente
oncológico caquético e oferece possibilidades de estudo para estratégias
nutricionais que possam melhorar essa resposta.
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Até logo...
Dra. Patrícia Ferraz
Para saber mais:
Dijk, David PJ, et al. "Effects
of oral meal feeding on whole body protein breakdown and protein synthesis in
cachectic pancreatic cancer patients."Journal
of Cachexia, Sarcopenia and Muscle (2015).
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