Em interessante e recém-publicado artigo, pesquisadores americanos da Universidade Estadual da Califórnia investigaram a repercussão da realização de dois treinamentos distintos em aspectos motivacionais e de qualidade de vida em 87 pacientes diagnosticados com câncer de mama e 72 com câncer de próstata (Martin, E. et al. 2015).
Cabeçalho do artigo citado (Martin, E. et al. 2015) |
Estes pacientes foram divididos em três grupos: controle (sedentário), alta intensidade (aeróbico com 80 % VO2pico e cargas no treinamento de força com 80% de 1RM – uma repetição máxima) e baixa Intensidade (65% VO2pico e 65% de 1RM). Foi adotada uma mesma rotina para os grupos que se exercitaram: 3 sessões semanais de 60’ – sessões divididas em 25’ aeróbico + 25’ treinamento de força + 10’ flexibilidade.
Após as oitos semanas de intervenção, aspectos como o bem estar físico e a funcionalidade, avaliados através de questionários específicos, dos pacientes que se exercitaram aumentaram de forma significativa, independente da intensidade do treinamento. Entretanto, 4 meses após a intervenção os pacientes foram reavaliados e, apenas os do grupo de alta intensidade preservaram seus níveis de motivação à atividade física iguais aos obtidos no término do protocolo (ver gráfico abaixo com estes resultados).
Tendo em vista que a prática regular de exercício, durante e após o tratamento de vários tipos de câncer, possui eficácia comprovada na redução das sequelas da terapêutica e de recidivas, no aprimoramento das capacidades físicas e aumento da expectativa de vida, fica claro que a manutenção de aspectos motivacionais do paciente durante o treinamento é extremamente relevante a fim de manter a sua aderência. Neste sentido, segundo os autores deste estudo, os exercícios de alta intensidade podem ser uma eficaz e segura ferramenta de intervenção para a promoção e manutenção de tais ganhos.
Importante salientar que, o médico responsável pelo tratamento deve liberar o paciente a prática de exercícios e, que um treinamento de alta intensidade deve ser prescrito por um profissional capacitado, respeitando as atuais condições físicas, clínicas e emocionais do paciente.
Referência do artigo:
Martin, Eric, et al. "Higher-intensity exercise helps cancer survivors remain motivated." Journal of Cancer Survivorship (2015): 1-10.
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Até a próxima...
Rodrigo Ferraz
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