11 fevereiro, 2016

Exercise is medicine!


Quando pensamos na realização sistematizada de exercícios físicos em pacientes com patologias crônicas, o aumento no rendimento esportivo e os benefícios estéticos tornam-se secundários. O principal objetivo deve ser a redução dos sintomas. Por efeito, ocorrem significativas melhoras no prognóstico da doença e qualidade de vida.

Este feito não se restringe a oncologia – propósito deste site – mas também a inúmeras doenças consideradas crônicas. Com o objetivo de lista-las e orientar na prática de exercícios, em Dezembro do ano passado, a pesquisadora B. K. Pedersen, da Universidade de Copenhagen, publicou artigo onde revisou a literatura científica sobre este assunto em 26 doenças crônicas, fornecendo ao leitor conselhos sobre a prescrição de exercícios quanto ao tipo e dose ideais.

Cabeçalho do artigo citado

As doenças foram divididas em: Psiquiátricas (depressão, ansiedade, stress e esquizofrenia), Neurológicas (demência, mal de Parkinson e esclerose múltipla), Metabólicas (obesidade, hiperglicemia, síndrome metabólica e do ovário policístico, diabetes do Tipo 1 e 2), Cardiovasculares (apoplexia cerebral, hipertensão, doença coronariana, insuficiência cardíaca e claudicação intermitente), Pulmonares (doença pulmonar obstrutiva crônica, asma e fibrose cística), Musculoesqueléticas (osteoartrite, osteoporose, lombalgia e artrite reumatoide) e Câncer.

Em um texto de fácil leitura, são descritas as patologias, as evidências científicas a respeito do efeito do exercício, possíveis mecanismos envolvidos, tipos de treinamentos e suas contraindicações. A autora conclui que, nas doenças listadas, o exercício pode ser mais efetivo do que o tratamento convencional (medicamentoso) e que deve ser considerado como estratégia primária em sua terapêutica; além disso, é importante que a sociedade em geral apoie um estilo de vida fisicamente mais ativo. As pessoas não se movem mesmo quando são orientadas para tal. As pessoas se movem quando o contexto obriga-as a fazê-lo. A fim de aumentar o nível de atividade física de uma população, a acessibilidade e o estímulo são importantes.

Neste sentido, é crucial ter profissionais da área de saúde que conheçam estas patologias e a sua interação com o exercício físico, para que a prescrição de exercícios torne-se eficaz e segura. Esta revisão é um bom começo para quem quer se aprofundar no assunto.

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Até a próxima...
Rodrigo Ferraz

Para saber mais

Pedersen, B. K., and B. Saltin. "Exercise as medicine–evidence for prescribing exercise as therapy in 26 different chronic diseases."Scandinavian journal of medicine & science in sports 25.S3 (2015): 1-72.

Link do artigo (PDF gratuíto):

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